Direção: Osamu Tezuka. |
Assim, Astroboy é considerado o primeiro herói em desenho animado do Japão e a segunda produção do gênero para TV (em preto e branco), atingindo cerca de 40% da audiência japonesa. O Tetsuwan Atom passou nos EUA com sucesso, e foi na América que recebeu o nome de Astroboy.
A febre Astroboy foi tão intensa que o personagem acabou virando ícone popular e influenciando toda a produção de mangás e animes da época. O estilo de Osamu Tezuka (com personagens de olhos grandes ovulados) se tornou padrão na indústria de mangás japonesa. A importância de Astroboy na cultura nipônica foi tão evidente que deu surgimento a toda uma geração de autores devotados a criar suas próprias histórias de robôs (os famosos "mecas", como são conhecidos no ocidente).
A história de Astroboy é tão simples quanto encantadora: um cientista (o Doutor Boynton) perde seu filho (Aster Boynton) num acidente de carro e resolve construir um andróide à sua imagem e semelhança. Terminado o invento, o cientista percebe que a réplica artificial jamais vai crescer pra se tornar um adulto e resolve entregá-lo a um circo onde a atração principal são as lutas de robôs. Neste circo, o pequeno Aster é rebatizado como Astroboy e, após uma pequena manifestação, libertado e adotado pelo Dr. Elefun. Dentro do Instituto de Ciências, Astroboy aprende a amplificar suas habilidades e ganha de presente do Dr. Elefun uma família composta de pais artificiais, um cachorrinho e uma irmã (conhecida como Uran).
Osamu Tezuka conseguiu, ao longo de 21 anos de Astroboy, efetuar uma combinação de narrativa visual, humor e ação com uma simplicidade espantadora. Mesmo histórias que apresentavam conceitos complexos como viagens no tempo ou dimensões paralelas eram contadas de uma maneira que qualquer pessoa conseguia entender, mesmo sem explicações detalhadas. Sob cada enredo escondia-se também uma mensagem pacifista, em que o abandono das armas era prioritário e o bem e o mal não existiam - eram apenas dois lados iguais de conflitos que precisavam ser solucionados.
A imaginação de Tezuka também possibilitou a criação de situações e oponentes fantásticos, onde em alguns momentos o pequeno robô precisava libertar prisioneiros inconscientes de seu cativeiro em planetas distantes e, em outros, arriscava-se a lutar contra combinações de máquinas no estilo das de Transformers Armada.
Uma nova série foi produzida em 1980 (sempre com produção da Mushi Productions, estúdio criado pelo próprio Osamu Tezuka), mas não teve grande repercussão.
InfanTV