O Fenômeno de Dirty Dancing

 

No final dos anos 80, era comum encontrar locadoras de vídeo cheias de fitas piratas, enquanto as seladas eram raridades. Em algumas ocasiões, era possível alugar um filme antes mesmo de ele estrear nos cinemas.

Foi assim com “Dirty Dancing – Ritmo Quente”, que se tornou um fenômeno no Brasil antes de chegar às telonas. Lançado em 1987, o filme é um clássico dos musicais “farofa” dos anos 80, como “Flashdance” e “Footloose”.

Seu sucesso estrondoso foi impulsionado principalmente pelo público feminino, que se identificava com a protagonista Baby, interpretada por Jennifer Grey. Uma jovem idealista, de baixa autoestima, que conquista o coração de Johnny, vivido por Patrick Swayze.

Swayze, aliás, virou um astro com este filme. A trama segue a fórmula consagrada de romances: garota rica conhece rapaz pobre e rebelde, os dois se apaixonam, mas a família dela desaprova o relacionamento. Já vimos isso em diversos filmes, de “West Side Story” a “Titanic”.

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O que diferencia “Dirty Dancing” é sua ambientação em 1963, o último verão da inocência antes dos grandes eventos que mudariam o mundo, como o assassinato de Kennedy e a invasão dos Beatles.

Esse clima de nostalgia e perda da inocência permeia o filme, desde os cenários e figurinos até a trilha sonora inesquecível.

Falando em trilha sonora, “Dirty Dancing” foi um sucesso tão grande que até gerou um segundo volume com músicas extras. A canção “The Time of My Life”, de Bill Medley e Jennifer Warnes, levou o Oscar e se tornou o carro-chefe do álbum, trazendo de volta à cena Medley, ex-Righteous Brothers.

Além disso, a trilha conta com clássicos como “Be My Baby” (The Ronettes) e “Hungry Eyes”, sem falar de Swayze, que também mostrou talento musical com “She’s Like the Wind”.

Apesar do talento de Swayze como cantor, “Dirty Dancing” segue o padrão dos musicais da época, onde os protagonistas não cantam.

Mas a música é um personagem à parte, assim como em “Flashdance”, onde todos lembram da coreografia e da canção principal, mas poucos recordam a protagonista. Da mesma forma, Jennifer Grey nunca alcançou o sucesso que Swayze conseguiu em sua carreira, com filmes como “Ghost” e “Caçadores de Emoção”.

Mesmo com a pirataria em alta na época, “Dirty Dancing” brilhou nos cinemas e, mais tarde, repetiu o sucesso nas locadoras quando foi lançado oficialmente.

Hoje, ele desperta uma nostalgia dupla: tanto pelos inocentes anos 60 que retrata quanto pelo final dos anos 80, quando o assistimos pela primeira vez.

O filme sobreviveu ao tempo, sem se tornar datado como outros títulos da década, e embora os diálogos sejam fracos e a história previsível, suas cenas de dança e a trilha sonora ainda emocionam.

Ah, e para os curiosos: uma sequência, “Dirty Dancing 2: Havana Nights”, ambientada em Cuba, foi lançada, mas não teve o mesmo impacto nos EUA. Ainda assim, quem sabe, pode conquistar uma nova geração.

O Fenômeno de Dirty Dancing

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